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Mês: agosto 2021

PROFº MARCOS PETRACCHIN

Eutanásia e Ortotanásia

EUTANÁSIA Muitas pessoas têm a visão da eutanásia como uma morte boa ou uma morte misericordiosa, mas nessa lição veremos os dois lados da moeda. Os defensores da eutanásia a identifica como uma “morte assistida”. Os que são contra essa prática a identifica como um “suicídio assistido”. A eutanásia é usada quando uma pessoa está impossibilitada de se locomover, vegetando em uma cama de hospital sendo já diagnosticada que a sua enfermidade não tem cura, ou alguém que sofreu um traumatismo craniano levando-o a morte cerebral, porém, com seus órgãos e o seu coração ainda em perfeito estado, vivendo apenas através de aparelhos. Muitas pessoas acham que a eutanásia é uma solução para acabar com a dor e o sofrimento de pessoas que estão sofrendo em estado terminal, com dores, não suportando mais a situação em que estão vivendo. A palavra eutanásia significa morte intencional de uma pessoa, a seu pedido, executada por outra pessoa que decidiu realizá-lo para satisfazê-la. A eutanásia é, portanto, uma morte antecipada, provocada pela intervenção de alguém, seja ou não profissional de saúde. Existem duas situações de eutanásia, aquela que é consentida pelo próprio paciente e aquela que é tomada pelos familiares no caso de falta de consciência, coma ou algum tipo de doença mental, mas independente da forma, estas duas situações de morte intencional não passam de atos de homicídio, mesmo que sejam realizadas por profissionais de saúde.  A Palavra de Deus é totalmente contra essa prática, tirar a vida de alguém é uma ofensa perante Deus, todos são criados a Sua imagem e semelhança e a nós é dado o direito a vida, e só Deus tem o direito de tirá-la de nós. Quem é o homem que pode decidir quando uma vida deixa de ter valor? Temos um exemplo na Bíblia Sagrada, de um homem chamado Jó que passou por um sofrimento intenso, mas mesmo assim nunca pensou em tirar a sua própria vida, porque sabia que era errado e que a sua vida não pertencia mais a ele e sim ao Deus dos céus. (Jó. 2.9,10). “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Co. 6.19,20). ORTOTANÁSIA A ortotanásia é o contrário da distanásia, que é o procedimento realizado através do uso de aparelhagem hospitalar, com a finalidade de manter uma pessoa viva mesmo sem esperanças de recuperação.  A ortotanásia também chamada de “eutanásia passiva ou morte natural”, consiste em aliviar o sofrimento de um doente terminal através da suspensão de tratamentos que prolongam a vida, mas não curam nem melhoram a enfermidade. Na etimologia da palavra “ortotanásia” significa “morte correta”, onde orto = certo e thanatos = morte. Ortotanásia pode ser definida como o não prolongamento artificial do processo natural de morte, onde o médico, sem provocar diretamente a morte do indivíduo, suspende os tratamentos extraordinários que apenas trariam mais desconforto e sofrimento ao doente, sem melhorias práticas. O objetivo da ortotanásia é contribuir para que o processo natural de morte desenvolva o seu curso natural. Legalmente apenas o médico pode promover a ortotanásia. Em resumo, somente o médico poderá liberar o paciente em estado terminal para passar os seus últimos dias ao lado de sua família, não podendo o médico utilizar de equipamentos eletrônicos para tentar adiar o sofrimento do paciente ciente da sua gravidade. “E o pó volte a terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec. 12.7). “Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou” (Ec. 3.2). Nesses versículos vemos que um dia a morte chegará para todos os homens, é o ciclo da vida e importa que esse ciclo se complete naturalmente.

Homicídio e Pena de Morte

O Brasil é líder mundial em número de homicídios, segundo dados do Atlas da Violência, produzido conjuntamente pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em Mateus 5.21 Jesus nos traz a memória àquilo que havia sido escrito pelos antigos, ou melhor, pelo próprio Deus nas tábuas da Lei, que fazia parte dos dez mandamentos, “Não Matarás” (Ex. 20.13). Quando ouvimos esse mandamento, logo nos vem à mente uma pessoa tirando a vida de alguém (homicídio), porém esse mandamento também é aplicado àqueles que tiram a sua própria vida (suicídio) ou para a mulher que mata o seu próprio filho(a) no ventre em desacordo com a licitude (aborto), porém mesmo com o consentimento da lei em casos de portadores de deficiência genética (anencefalia), para Deus é considerado homicídio. A Bíblia nos afirma em 1 Samuel 2.6 que somente o “Senhor é o que tira a vida e o que dá; que faz descer a sepultura e faz tornar a subir dela”. Na Lei do Antigo Testamento estava registrado que, aquele que matasse alguém certamente também seria morto (Lv. 24.17,21 e Nm. 35.30), havia a Lei do olho por olho e dente por dente, conhecida como “Pena de Talião” que vem do latim e significa “Lei igual ou proporcional” O primeiro homicídio na Bíblia sagrada está registrado em Gênesis 4.9 “Disse Caim a Abel, seu irmão: Vamos ao campo. Estando eles no campo, sucedeu que se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou.” Caim foi punido por Deus pela sua atitude e todos os que andarem por esse caminho também sofrerá os danos das suas ações. No Novo Testamento Jesus foi mais profundo explicando esse mandamento e disse: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas quem assassinar estará su­jeito a juízo. Eu, porém, vos digo que todo aquele que (sem motivo) se irar contra seu irmão estará sujeito a juízo; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar louco estará sujeito ao inferno de fogo” (Mt. 5.21,22). Segundo Jesus, odiar, guardar sentimentos malignos contra uma pessoa é equivalente a cometer um ato de homicídio. Os fariseus e escribas se preocupavam com os aspectos exteriores do homem, mas o Senhor apontou para o coração do ser humano, àquilo que está guardado no seu mais íntimo, conforme diz: Mateus 15.19,20 “Porque é do coração que vem os maus pensamentos, os crimes de morte, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, as mentiras e as calúnias. São essas coisas que fazem com que alguém fique impuro. Mas comer sem lavar as mãos não torna ninguém impuro”.  PENA DE MORTE Em alguns países a pena de morte é aprovada pelos governos e existem várias formas de executar essa prática. Enforcamento Fuzilamento Cadeira elétrica Injeção letal Apedrejamento Guilhotina Afogamento Câmara de gás Entre muitas outras… No Antigo Testamento vemos a pena de morte muitas vezes sendo realizadas por causa dos pecados praticados pelos homens. No pacto de Deus com Noé está registrado: “Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem” (Gn. 9.6). Vejamos alguns pecados sujeitos a pena de morte no Antigo Testamento. Adultério (Lv. 20.10-21) Sequestro (Ex. 21.16; Dt. 24.7) Homossexualismo (Lv. 18.22, 20.13) Bestialidade (sexo com animais) (Ex. 22.19) Falsas profecias (Dt. 13.1-10) Blasfêmia (Lv. 24.11-14) Sacrifícios a deuses estranhos (Ex. 22.20) Profanação do dia de descanso (Ex. 35.2; Nm. 15.32-36) Desobediência contra os pais (Dt. 17.12; 21.18-21) A Constituição Federal registra que só há uma forma de pena de morte no Brasil, em caso de guerra declarada, exemplos: torturas, espionagem etc. No Novo Testamento Jesus Cristo foi indagado pelos escribas e fariseus a respeito desse assunto, no evangelho segundo escreveu João no capítulo 8. Trouxeram até Jesus uma mulher que tinha sido apanhada no ato do adultério e perguntaram o que deveriam fazer com ela, pois a Lei de Moisés mandava apedrejá-la, porém, a resposta de Jesus para aqueles homens os deixara constrangidos ao ponto de irem embora deixando a mulher ali sozinha com Jesus, esse foi um sinal de que Jesus não veio para matar e sim para perdoar, salvar e dar a vida eterna.